sábado, 22 de janeiro de 2011

Bahia bate América-MG e vai enfrentar o Flamengo na final da Copinha


Madson marca duas vezes e faz do Tricolor o primeiro nordestino a chegar à decisão do torneio, que será na próxima terça-feira, no Pacaembu




Em uma partida aguerrida e muito disputada em São Carlos, o Bahia derrotou o América-MG por 2 a 1 e está na decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Com a vitória no estádio Professor Luís Augusto de Oliveira, o Tricolor se tornou o primeiro clube nordestino a chegar a uma final da competição, que será disputada na próxima terça-feira, no estádio Pacaembu, contra o Flamengo. O lateral-direito Madson fez os dois gols da equipe soteropolitana, e Caleb marcou para o Coelho.

Melhor no início do primeiro tempo, o Bahia teve duas boas chances de abrir o placar com Brendon, mas o meia as desperdiçou. Até que, aos 31 minutos, o Tricolor saiu na frente. Madson foi derrubado por Bryan dentro da área, e o árbitro Sérgio da Rocha Gomes marcou o pênalti. Na cobrança, o camisa 2 do tricolor baiano chutou no canto direito de Matheus, que pulou para o lado oposto.

Mas a vantagem da equipe baiana na etapa inicial durou apenas seis minutos. Aos 37, o Coelho conseguiu empatar o jogo. Após boa jogada de Fred, Caleb experimentou da entrada da área, a bola tocou na trave direita e entrou no gol de Renan, que nem se mexeu.

Aos 43, o Tricolor baiano quase retomou a vantagem em um lance curioso. Fábio fez linda jogada pela direita, entrou na área e soltou uma bomba. A bola entrou no gol, mas pelo lado de fora - o árbitro, acertadamente, assinalou o tiro de meta. Depois da marcação, o juiz fez um remendo na rede rasgada e mandou o jogo seguir. Nos minutos finais do primeiro tempo, as duas equipes não pressionaram e desceram para o vestiário em igualdade no placar.

No início do segundo tempo, o Bahia pressionou o América-MG. Logo no segundo minuto, Brendon desperdiçou mais uma oportunidade de marcar para o Bahia. Após confusão na área do Coelho, o camisa 8, sem marcação, arriscou a conclusão. A bola desviou no marcador e saiu pela linha de fundo. Quatro minutos depois, Jussandro cobrou escanteio, Eduardo, sozinho na pequena área, cabeceou e a bola saiu à esquerda do gol de Matheus.

Aos 18, o Bahia consegui o seu segundo gol. Em cobrança de falta da entrada da área, Brendon rolou e Madson chutou colocado no canto direito de Maheus. O goleiro do América-MG tentou, porém não conseguiu evitar que a bola entrasse.

Com a vantagem no placar, o Bahia começou a prender a bola no campo de ataque, e os jogadores ficavam caídos em lances faltosos ou não. O América-MG tentou pressionar o time nordestino. Aos 46, o time mineiro teve a sua última chance de empatar. Caleb, em cobrança de falta, cruzou da esquerda, a bola passou pela defesa baiana e Hindian quase empatou, porém a bola foi para fora.

">

Fonte: http://globoesporte.globo.com

Santos-SP: mais uma reportagem da Rede Record que mostra a outra face da cidade de Santos, comunidades dominadas pelo tráfico

Nas comunidades dominadas pelo tráfico, crianças crescem convivendo com drogas e armas

">

Os exemplos de sucesso baseado no trabalho são poucos. E o resultado é que muitas se envolvem com o crime. Nesta reportagem da série Vizinhos do Crime, veja quem são as crianças, perdidas para o tráfico, e quem são aqueles que empenham a vida para evitar que isso aconteça. Ana Paula Padrão, Gilson Dias, Lumi Zúnica e Guta Nascimento conversaram com traficantes adolescentes, crianças que ainda sonham com um futuro diferente. E com o menino que saiu da comunidade e virou craque do Santos.

Fonte: http://noticias.r7.com

São Vicente-SP: hj (22/01/2011) a cidade completa 479 anos de fundação

Parabéns São Vicente !!!!!!

">

Moradores e muitos turistas curtem o aniversário da cidade nas praias. O dia amanheceu ensolarado e abafado. A dica é se refresca e tomar muito líquido.

São Paulo F.C. confirma a contratação do Pentacampeão Rivaldo

São Paulo confirma acerto com Rivaldo até o final de 2011


O São Paulo depende de poucos detalhes para anunciar a contratação de Rivaldo. O time tricolor não tem mais nenhuma pendência para resolver com o jogador, que precisa agora se acertar com sua ex-equipe, o Bunyodkor, e sua atual, o Mogi Mirim, para poder assinar o contrato com o time do Morumbi.

De acordo com o vice-presidente de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o clube da capital chegou a um consenso com o meia em relação a salário e combinou um contrato até o fim do ano, com possibilidade de renovação por mais um.

"A dificuldade dele é lá com o time do Uzbequistão e também em sua relação com o Mogi Mirim. Não tem mais dificuldade com o São Paulo", afirmou o dirigente.

Rivaldo move um processo contra o Bunyodkor, do Uzbequistão, por conta de salários que não foram pagos. Por isso, seu ex-clube está adiando a liberação dos documentos necessários para que atue em outro lugar.

Além disso, Rivaldo precisa resolver sua situação com o Mogi Mirim. Apesar de ser o presidente do clube, o atleta quer ter certeza de que sua saída não cause um impacto negativo à campanha da equipe no Campeonato Paulista.

Leco, por sua vez, confirmou que existe a possibilidade de o São Paulo ceder alguns jovens atletas para o Mogi Mirim. "Temos diversos jogadores que passaram pelos juniores e que perfeitamente podem ir para lá", explicou.

Fonte: http://esportes.terra.com.br

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

TJ-SP anula processo contra integrantes do MST


O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) anulou o processo contra 22 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) acusados de depredarem uma fazenda da Cutrale, maior indústria de suco de laranja do mundo, em outubro de 2009, em Borebi, a 320 quilômetros da capital paulista.


A decisão do desembargador Luiz Pantaleão saiu na terça-feira (11), mas só foi divulgada nesta quinta (20), e revoga as ordens de prisão preventiva que haviam sido expedidas contra os 22 membros do MST. Segundo o desembargador, os crimes foram imputados “em bloco” a todos os acusados, o que implicaria em uma absolvição ou condenação coletiva, consideradas ilegais.

Anterioramente, Pantaleão já havia determinado que sete acusados fossem soltos, pelo mesmo motivo: a acusação não havia individualizado os possíveis crimes. O Ministério Público Estadual (MPE) poderá oferecer nova denúncia contra os membros do MST, mas desde que, desta vez, “preencha, e sem contradição qualquer, todos os requisitos legais”, destaca o desembargador.

Fonte: http://wwwterrordonordeste.blogspot.com

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Itanhaém-SP: mulher é indiciada por provocar aborto e jogar feto no Rio

Uma mulher de 35 anos é acusada de abortar um feto em Itanhaém. Ela acredita que estava no quarto mês de gestação e disse que jogou o feto em um rio.

Os policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Cidade receberam uma denúncia indicando que a suspeita teria abortado e enterrado o feto perto do rio no Bairro Chácara das Tâmaras. Durante os trabalhos, a acusada foi localizada no Belas Artes.

A ajudante acabou confessando o crime. Ela contou ser mãe de cinco filhos e que não teria condições de alimentar mais um. Ela comprou um medicamento e o teria utilizado dias antes de ser encontrada pela polícia.

Ela disse que não teve qualquer ajuda para fazer o procedimento. Ela contou que enrolou o feto em uma toalha, esperou anoitecer e o jogou no rio. Ele não foi localizado.

A mulher foi encaminhada para perícia no Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande e no Hospital Regional de Itanhaém, onde foi internada. Ela foi indiciada e responderá o processo em liberdade. Ela chorou bastante durante seu depoimento e se mostrou arrependida.

Fonte: http://www.atribuna.com.br

Santos-SP: conheça a difícil realidade dos moradores da Comunidade Villa Gilda, aqui as pessoas vivem em condições desumanas

Conheça as casas de palafita da comunidade da Vila Gilda, em Santos (SP)


">

Nessa reportagem da Rede Record, vc vai ver como vivem os moradores da Comunidade Villa Gilda(Santos-SP), lá falta tudo. Falta principalmente dignidade humana para aquelas pessoas. É a absoluta ausência do Estado. Essa é uma outra face da cidade de Santos-SP, exatamente a face que o Poder público não quer ver e, nem muito menos mostrar aos Turistas. Mas, isso também é Santos-SP.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Santos-SP: a ausência do Estado é substituída pelo poder do tráfico no Morro do Tetéu

">
Nas comunidades dominadas pelo tráfico de drogas, o trabalhador e o bandido são vizinhos. O morador dessas áreas tem que aprender a conviver com os criminosos. E esses bandidos acabam ocupando um lugar que deveria ser do poder público, que quase sempre está ausente. Nessa primeira reportagem da série Vizinhos do Crime, Ana Paula Padrão, Gilson Dias, Lumi Zúnica e Guta Nascimento estiveram no morro do Tetéu, na Baixada Santista, em São Paulo.

Fonte: http://noticias.r7.com

Praia Grande-SP: turista morre atingido por um raio enquanto se banhava no mar

Raio cai no Canto do Forte e mata turista em Praia Grande


O turista Augusto Colen Borges, de 19 anos, morreu nesta quarta-feira na praia do Canto do Forte, em Praia Grande, ao ser atingido por um raio. A vítima estava no mar quando aconteceu a tragédia.

Algumas pessoas que estavam na praia no momento do acidente viram todo o ocorrido. "O raio caiu na água, bem em cima do rapaz. Até rasgou a camiseta dele", disse a ambulante Maria Garcia dos Santos.

"Foi um desespero. Carregaram o corpo dele para a areia e chamaram o salva-vidas. Ainda fizeram uma massagem cardíaca, mas não deu mais tempo", contou o estudante Rodrigo Rossi.

Os guarda-vidas ainda tentaram reanimar o rapaz enquanto a ambulância chegava para levá-lo ao hospital. A mãe do rapaz, Eliana Colen Borges, desmaiou e também precisou ser socorrida.

Cuidados

O coordenador da Defesa Civil de Santos, Ernesto Tabuchi, orienta as pessoas sobre o que fazer durante a ocorrência de raios. A Região Sudeste tem os maiores índices de incidência de raio.

"Quem estiver na praia ou em locais descampados durante temporais deve se retirar imediatamente", explicou. "Dentro do carro existe uma certa segurança, desde que não toque nas partes metálicas ou na carcaça do carro. O ideal é procurar uma edificação segura", concluiu Tabuchi.

Fonte: http://www.atribuna.com.br

BC sobe taxa de juros para 11,25% ao ano


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, colegiado formado pela diretoria e presidente da autoridade monetária, subiu a taxa básica de juros de 10,75% para 11,25% ao ano na primeira reunião do governo Dilma Rousseff, que aconteceu nesta terça e quarta-feiras.

A taxa de juros estava em 10,75% ao ano desde julho de 2010. Ao subir os juros para 11,25% ao ano, o Copom fixou a taxa básica da economia brasileira no mesmo patamar vigente em março de 2009, o maior em cerca de dois anos.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 1 e 2 de março. A estimativa do mercado financeiro é de que os juros subam para 11,75% ao ano neste encontro e que avancem para 12,25% ao ano em abril - patamar no qual deverão fechar 2011.

Explicação

Ao fim do encontro do Copom, o BC divulgou a seguinte frase: "O Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,25% ao ano, sem viés, dando início a um processo de ajuste da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas".

Fonte: http://www.atribuna.com.br

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Praia Grande-SP: comemora neste dia (19/01/2011), 44 anos de emancipação política

Praia Grande tem ampla agenda de eventos para comemorar 44 anos de emancipação


A cidade de Praia Grande comemora nesta quarta-feira 44 anos de sua emancipação político-administrativa. Para comemorar a data, a Prefeitura montou um calendário especial de atividades, que conta com campeonato de motovelocidade, shows, prova de pedestrianismo, entrega de espaços de lazer, culto religioso e o tradicional baile oficial.

As celebrações começam às 9 horas será realizada a Missa em Ação de Graças ao 44º aniversário de Praia Grande. A celebração, que ficará a cargo do pároco Paulo Staut, ocorre na Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio, no Bairro Boqueirão.

Ainda nesta quarta-feira, a Cidade realiza a terceira e quarta etapa do projeto “Abrace Seu Bairro” nos Bairros Nova Mirim e Glória. Na ocasião, serão entregues áreas públicas transformadas em espaços de lazer, com a colocação de playgrounds e bancos, além de novo paisagismo.

A primeira praça será entregue às 14h30, na esquina das ruas Alcebíades Pacheco e 10, no Bairro Nova Mirim. Logo após, às 15h30, será a vez do Bairro Glória receber novo equipamento no cruzamento da Avenida do Trabalhador com a Rua A.

Cada praça contará com dois playgrounds, um oferecido pela CPFL e outro pela Secretaria de Serviços Urbanos (Sesurb). Além disso, os locais receberam novo paisagismo com a colocação de gramas, árvores e bancos.

Baile oficial

A cantora Maria Rita será a principal atração do Baile Oficial, no Palácio das Artes (PDA), a partir das 20 horas. Sob o tema “Baile de Máscaras”, Maria Rita se apresenta no palco do Salão de Eventos para uma plateia de 500 pessoas. Os convites, já esgotados, foram vendidos por R$ 400,00, com renda revertida ao Fundo Social de Solidariedade de Praia Grande.

A festa, que atrai público de toda região, é realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur), e vai ocupar os dois pavimentos do complexo cultural.

A partir das 22 horas, os grupos de samba e pagode Cupim na Mesa e Jeito Moleque agitam as areias da praia do Bairro Aviação no O Show do Verão é Você. O projeto traz a tradicional maratona de grandes shows que anima moradores e turistas do Município durante todo o mês de janeiro.



Supermoto

O Kartódromo Municipal recebe no sábado, a partir das 8 horas, prova especial de motovelocidade. A competição será organizada pela RM Eventos, com apoio da Prefeitura. Pilotos interessados em participar devem se inscrever no site http://rmsupermoto.com.br/.

O evento terá início às 8 horas com a realização de treinos livres. As competições começarão às 10 horas com motos off-road de aro 17 na categoria nacional, seguida pela categoria internacional. A última disputa será da categoria Speedy, com motos de 250 a 300 cilindradas.

10 km Jovem Pan

No domingo, a partir das 8 horas, será realizada a corrida 10 KM Summer Run – Jovem Pan, com partida da praia do Guilhermina, em frente à Praça Portugal. As inscrições podem ser feitas pelo site www.minhasinscricoes.com.br até o dia 16.

Até sexta-feira será concedido desconto na inscrição, que custará R$ 49,00. Após a data o valor é de R$ 54,00. A prova é realizada pela CIA de Eventos, em parceria com a rádio Jovem Pan Santos FM e Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).

Fonte: http://www.atribuna.com.br

Santos-SP: muro desaba e atinge idoso que passava pela calçada


Um homem de 84 anos morreu ao ser atingido pelo muro da Escola Estadual Neves Prado Monteiro, na Zona Noroeste de Santos, na tarde desta terça-feira.

Milton Marques Lopes passava pela calçada por volta das 14 horas quando o muro simplesmente desabou em cima dele. O Resgate do Corpo de Bombeiros foi acionado e levou a vítima ao Pronto Socorro da Zona Noroeste. Com vários ferimentos e fraturas, o idoso não resistiu e faleceu.

Uma parte do muro da escola estava isolada por fitas em razão de rachaduras e inclinação irregular da estrutura. O muro fazia parte de uma sala usada como depósito para grades, ventiladores, janelas e outros materiais – muitos dos equipamentos estavam dispostos rente à parede que caiu.

“Pelo que podemos avaliar previamente, a causa do incidente não foi o peso do material, pois o muro já apresentava condições inadequadas. Mas (o peso) pode ter sido um fator facilitador”, disse o perito João Alves, da Polícia Científica.

A escola, que fica na Praça Estado de Israel, na Vila São Jorge, foi usada como hospedagem por parte da delegação de São Bernardo do Campo, durante os últimos Jogos Abertos do Interior.

Segundo um morador, que preferiu não se identificar, um dos chefes da equipe da cidade do ABC chegou a alertar a direção da escola para o perigo iminente. “Imagine se estivéssemos em período de atividade escolar, com as crianças passando por ali”, desabafou.

Fonte: http://www.atribuna.com.br

Policiais apreendem veículo usado em atentados da última semana em São Vicente


Um trabalho realizado em conjunto entre as polícias Civil e Militar resultou na apreensão, na Vila Jockey, em São Vicente, do verdadeiro veículo usado nos crimes que abalaram a Cidade durante a última semana. Um homem suspeito de ter ligações com os atentados também foi preso.

A apuração começou após uma denúncia anônima informando que um Fiat/Siena cinza estava estacionado na Rua Dique de Sambaiatuba, no Lixão.

Após a localização, foram constatadas semelhanças do veículo encontrado com o que havia sido usado nos atentados contra PMs e autônomos. Diante dos fatos, a perícia foi acionada e o veículo foi removido ao pátio do 2° Distrito Policial de São Vicente.

Dentro do automóvel foram achadas munições de fuzil e calibre .40 e notou-se que as placas do carro não eram as originais. Ao conferir o número de série do chassi, a polícia descobriu que o veículo havia sido roubado no último 19 de dezembro, em Santos.

Com informações dos moradores do bairro, a PM soube que o carro estava sob os cuidados de Alemão, um homem de 34 anos, que logo em seguida foi identificado como José Edson dos Santos Oliveira.

Diante dos fatos, os PMs se dirigiram à casa do suspeito e encontraram placas e chaves de automóveis, uma agenda com anotações do tráfico de drogas, um estilete, uma arma de fogo e nove munições.

Oliveira negou qualquer participação na onda de violência que assustou São Vicente, mas foi preso em flagrante por conta do material encontrado no interior de sua residência.

Segundo o delegado titular do 2° DP, Wagner Milhardo, ainda é cedo para apontar qualquer envolvimento do acusado com os atentados.

Fonte: http://www.atribuna.com.br

Justiça britânica condena hotel que recusou gays em quarto de casal


Um casal de gays britânicos ganhou na Justiça uma ação contra um hotel que os proibiu de dividirem o mesmo quarto.

Martyn Hall e Steven Preddy, que vivem em regime de comunhão civil, processaram o hotel The Chymorvah House, na Cornualha, depois que os proprietários se recusaram a permitir que o casal dormisse no mesmo quarto duplo em setembro de 2008.

Peter e Hazelmary Bull, proprietários do estabelecimento, uma residência histórica na costa do vilarejo de Marazion, alegaram que a união do casal contrariava as suas convicções cristãs.

A Justiça de Bristol, onde vivem Hall e Preddy, entendeu que os donos do hotel agiram de forma discriminatória. Eles serão obrigados a indenizar cada um dos homens em 1,8 mil libras (cerca de R$ 4,8 mil).

Em um comunicado emitido após a decisão, o casal elogiou a decisão da Justiça contra o que chamaram de "discriminação direta" contra homossexuais.

"Quando reservamos o hotel, apenas queríamos um fim-de-semana relaxante, que é o que milhares de outros casais fazem todo fim-de-semana", declararam.

Proprietários se disseram atacados em seus 'princípios cristãos'

"Como queríamos levar nosso novo cachorro, perguntamos antes se ele seria aceito. Nem nos ocorreu que, na Grã-Bretanha de 2008, precisávamos perguntar se nós também éramos."

"O juiz Rutherford entendeu que a maneira como fomos tratados é um ato de discriminação direta e, portanto, contra a lei."

Fonte: http://noticias.terra.com.br

domingo, 16 de janeiro de 2011

O legado de Dom Helder Câmara


O arcebispo desclandestinizou a pobreza existente em nosso país e induziu poder público e cristãos a encarar com seriedade os direitos dos pobres à vida digna e feliz

Frei Betto

O arcebispo Dom Helder Câmara (1909-1999) é figura singular na história da Igreja Católica no Brasil. Diminuto, magérrimo, poucos o superavam em oratória: adornava as ideias com gestos efusivos e um senso de humor incomum ao se tratar de bispos. Por onde andasse, lotava auditórios: Paris, Nova York, Roma... Entre os anos de 1960-80, apenas dois brasileiros gozavam de ampla popularidade no exterior: Pelé e Dom Helder.

Tamanho o carisma dele que, em 1971, em Paris, convidado a falar num salão capaz de comportar 2 mil pessoas, tiveram que transferi-lo para o Palácio de Esportes, que abriga 12 mil.

Hábitos simples

Conheci-o em 1962, ao chegar ao Rio, vindo de Minas, para integrar a direção nacional da JEC (Juventude Estudantil Católica). Dom Helder era bispo-auxiliar da arquidiocese carioca e responsável pela Ação Católica. Vivia de seu salário como assessor técnico (aprovado em concurso público) do Ministério da Educação, morava modestamente, almoçava em botequim - ou melhor, beliscava, pois a vida toda comeu como passarinho - e subia as favelas como quem se sente em casa, sempre trajando batina, hábito mantido por toda a vida, mesmo quando o Concílio Vaticano II (1962-1965) permitiu aos clérigos saírem à rua em trajes civis.

Desde seus tempos de seminarista em Fortaleza - nascera em Messejana, hoje bairro da capital cearense - Dom Helder cultivava hábitos incomuns: deitava-se por volta das dez ou onze da noite, levantava-se às duas da madrugada, trocava a cama por uma cadeira de balanço, na qual orava, meditava, lia e escrevia cartas e poemas. Todos os seus livros foram concebidos naquele momento de “vigília”, como dizia. Às quatro retornava ao leito, dormia por mais uma hora para, em seguida, celebrar missa e iniciar seu dia de trabalho.

Com frequência Dom Helder visitava a “república” das Laranjeiras, onde se amontoavam os estudantes dirigentes da JEC e da JUC (Juventude Universitária Católica). Betinho (Herbert Jose de Souza) e José Serra, líderes estudantis, encontravam ali hospedagem garantida ao vir de Minas ou São Paulo.

Era Dom Helder quem nos assegurava, graças a seus relacionamentos em todas as camadas sociais, passagens aéreas pelo Brasil, bolsas de estudos, e até alimentação. Na época, o governo dos EUA, preocupado com a ameaça comunista na América Latina (sobretudo após a vitória da Revolução Cubana), lançara a campanha “Aliança para o Progresso”, que consistia, basicamente, em remeter alimentos às famílias miseráveis.

Para socorrer-nos da penúria na “República”, Dom Helder, responsável pela distribuição dos donativos, nos enviava caixas de papelão contendo o que denominávamos “leite da Jaqueline” e “queijo do Kennedy”. Como os produtos ficavam meses no porto, sujeitos ao calor carioca, vários de nós tivemos problemas de saúde por ingeri-los.


Senso de oportunidade

O maior sonho de Dom Helder era a erradicação da miséria no mundo. Sonhava com o ano 2000 sem fome. Ainda no Rio, criou o Banco da Providência e a Cruzada São Sebastião, no intuito de pôr fim às favelas. Graças a doações, edificou no Leblon um conjunto de prédios, para cujos apartamentos transferiu famílias de uma favela próxima. Não deu certo. Sem recursos para pagar os impostos (luz, água, telefone...), os moradores passaram a sublocar os domicílios e a obter renda graças à venda de torneiras, pias e outras peças do imóvel.

Para angariar recursos a suas obras, Dom Helder não titubeava em comparecer a programas de auditório de grande audiência televisiva. Certa ocasião, foi convidado por um apresentador para sortear prendas expostas no palco e vistas por todos, exceto pela pessoa trancada numa cabine opaca. Calhou de ser um desempregado. “Seu Joaquim, o senhor troca isto por aquilo?” E sem nomear o objeto, Dom Helder apontava um liquidificador e, em seguida, um carro. Seu Joaquim respondia “sim” e toda a platéia vibrava. Em seguida, Dom Helder indagou se trocava o carro por um abridor de latas. O homem topou. E não mais arredou pé, cismou que escolhera a melhor prenda. Ao sair da cabine, recebeu dos patrocinadores, decepcionado, o abridor. E Dom Helder mereceu um polpudo cheque. O arcebispo não teve dúvidas: “Seu Joaquim, o senhor troca este cheque pelo abridor?”

No dia seguinte, no Palácio São Joaquim, onde funcionava a cúria do Rio, criticamos Dom Helder por ter aberto mão de um recurso que poderia reforçar suas obras sociais. Ele justificou-se: ?Perdi o cheque, ganhei em publicidade. Esperem para ver quanto dinheiro vou angariar.?


Visão empreendedora


Homem carismático, dotado de forte espírito gregário, era difícil alguém- incluído quem o criticava - não se deixar envolver pela energia que dele emanava no contato pessoal. JK quis que se candidatasse a prefeito do Rio. Dom Helder jamais aceitou meter-se em política partidária; bastava-lhe, como lição, o erro de juventude, quando demonstrou simpatia pelos integralistas.

Por sua iniciativa, foram fundados, em 1955, o CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) -, que congrega e representa os bispos do nosso Continente, e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), pólo articulador dos prelados de nosso país, do qual ele foi o primeiro secretário-geral.

Bispo vermelho

Numa época em que* não havia Igreja progressista nem Teologia da Libertação, Dom Helder, graças à sua sensibilidade social e sua opção pelos pobres, era tido por comunista, difamação acentuada após a implantação da ditadura militar no Brasil, em 1964. Costumava comentar: “Se defendo os pobres, me chamam de cristão; se denuncio as causas da pobreza, me acusam de comunista”.

Nomeado arcebispo de São Luís (MA) no mesmo mês do golpe, antes de tomar posse o papa Paulo VI o transferiu para Olinda e Recife, onde permaneceu até morrer.

Em 1972 o nome de Dom Helder despontou como forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Há fortes indícios de que não foi laureado por duas razões: primeiro, pressão do governo Médici. A ditadura se veria fortemente abalada em sua imagem exterior caso ele fosse premiado. Mesmo dentro do Brasil Dom Helder era considerado persona non grata. Censurado, nada do que o ?arcebispo vermelho? falava era reproduzido ou noticiado pela mídia de nosso país.

A outra razão: ciúmes da Cúria Romana. Esta considerava uma indelicadeza, por parte da comissão norueguesa do Nobel da Paz, conceder a um bispo do Terceiro Mundo um prêmio que deveria, primeiro, ser dado ao papa...

No Recife, Dom Helder lançou a Operação Esperança: promoveu reforma agrária nas terras da arquidiocese; passou a visitar favelas, mocambos e bairros pobres; estreitou laços com artistas, universitários e intelectuais.

Graças ao seu poder de articulação e carisma profético, em 1973 bispos e superiores religiosos do Nordeste fizeram ecoar a primeira denúncia cabal à ditadura feita por católicos: o manifesto “Ouvi os clamores de meu povo”. O documento, recolhido pela repressão, foi divulgado através de edições clandestinas mimeografadas.

Homem de fé

Um dia, o governo militar, preocupado com a segurança do arcebispo de Olinda e Recife, temendo que algo acontecesse a ele “um atentado” ou “acidente” - e a culpa recaísse sobre o Planalto, enviou delegados da Polícia Federal para lhe oferecer um mínimo de proteção. Disseram-lhe: “Dom Helder, o governo teme que algum maluco o ameace e a culpa recaia sobre o regime militar. Estamos aqui para lhe oferecer segurança”.

Dom Helder reagiu: “Não preciso de vocês, já tenho quem cuide de minha segurança”. “Mas, Dom Helder, o senhor não pode ter um esquema privado. Todos que dispõem de serviço de segurança precisam registrá-lo na Polícia Federal. Esta equipe precisa ser de nosso conhecimento, inclusive devido ao porte de armas. O senhor precisa nos dizer quem são as pessoas que cuidam da sua segurança”.

Dom Helder retrucou: “Podem anotar os nomes: são três pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.

Dom Helder morava numa casa modesta ao lado da igreja das Fronteiras, no Recife. Frequentemente, as pessoas que tocavam a campainha eram atendidas pelo próprio arcebispo. Certa noite, a polícia fez batida numa favela da capital pernambucana, em busca do chefe do tráfico de drogas. Confundiu um operário com o homem procurado. Levou-o para a delegacia e passou a torturá-lo.

Pela lógica policial, se o preso apanha e não fala é porque é importante, treinado para guardar segredos. Vizinhos e a família, desesperados, ficaram em volta da delegacia ouvindo os gritos do homem. Até que alguém sugeriu à esposa do operário recorrer a Dom Helder.

A mulher bateu na igreja das Fronteiras: “Dom Helder, pelo amor de Deus, vem comigo, lá na delegacia do bairro estão matando meu marido a pancadas”. O prelado a acompanhou. Ao chegar lá, o delegado ficou assustadíssimo: “Eminência, a que devo a honra de sua visita a esta hora da noite?”

Dom Helder explicou: “Doutor, vim aqui porque há um equívoco. Os senhores prenderam meu irmão por engano” “Seu irmão?!” “É, fulano de tal”, deu o nome, “é meu irmão”. “Mas, Dom Helder”, reagiu o delegado perplexo, “o senhor me desculpe, mas como podia adivinhar que é seu irmão. Os senhores são tão diferentes!”

Dom Helder se aproximou do ouvido do policial e sussurrou: “É que somos irmãos só por parte de Pai”. “Ah, entendi, entendi”. E liberou o homem.

De fato, irmãos no mesmo Pai.

Perseguições e direitos humanos

Durante o regime militar, Dom Helder moveu intensa campanha no exterior de denúncia de violações dos direitos humanos. O governador de São Paulo, Abreu Sodré, tentou criminalizá-lo. Alegava ter provas de que Dom Helder era financiado por Cuba e Moscou. Alguns bispos ficavam sem saber como agir, como foi o caso do cardeal de São Paulo, Dom Agnelo Rossi, amigo do governador e de Dom Helder. Não foi capaz de tomar uma posição firme na contenda. Mais tarde a denúncia caiu no vazio, não havia provas, apenas recortes de jornais.

Incomodava ao governo ver desmoralizada, pelo discurso de Dom Helder, a imagem que ele queria projetar do Brasil no exterior, negando torturas e assassinatos. Dom Helder ressaltava que, se o governo brasileiro quisesse provar que ele mentia, então abrisse as portas do país para que comissões internacionais de direitos humanos viessem investigar, como havia feito a ditadura da Grécia.

Se hoje, na Igreja, se fala de direitos humanos, especificamente na Igreja do Brasil, que tem uma pauta exemplar de defesa desses direitos, apesar de todas as contradições, isso se deve ao trabalho de Dom Helder. Nenhum episcopado do mundo tem agenda semelhante à da CNBB na defesa dos direitos humanos. A começar pelos temas anuais da Campanha da Fraternidade: idoso, deficiente, criança, índio, vida, segurança etc. Neste ano de 2010, economia. Isso é realmente um marco, algo já sedimentado. Também as Semanas Sociais, que as dioceses, todos os anos, promovem pelo Brasil afora, favorecem a articulação entre fé e política, sem ceder ao fundamentalismo.

A Igreja Católica e o Brasil devem muito a Dom Helder Câmara, que desclandestinizou a pobreza existente em nosso país e induziu poder público e cristãos a encarar com seriedade os direitos dos pobres à vida digna e feliz. O profeta nascido em Messejana foi, sim, um autêntico discípulo de Jesus Cristo.



Frei Betto é escritor, frade dominicano, assessor de movimentos populares, autor do romance ?Um homem chamado Jesus? (Rocco), entre outros livros. Twitter:@freibetto


Fonte: http://www.brasildefato.com.br

Sem política habitacional, enchentes facilitam remoções

Atualmente, mais de 30 projetos com medidas antienchentes estão parados no Congresso Nacional

Jorge Américo,

De São Paulo, da Radioagência NP


Considerada a maior tragédia climática já ocorrida no Brasil, as enchentes deste início de ano já provocaram a morte de mais de 500 pessoas somente no estado do Rio de Janeiro. No último ano o Rio já havia registrado 283 mortes nas mesmas condições. Após a liberação de verbas federais, as autoridades locais se comprometeram a investir na prevenção de novos acidentes, o que não ocorreu.

Atualmente, mais de 30 projetos com medidas antienchentes estão parados no Congresso Nacional. A defensora pública do estado do Rio de Janeiro Maria Lucia de Pontes considera que o problema não pode ser resolvido sem uma política habitacional que garanta, de fato, o direito à moradia segura.

“Parece um pouco aquele discurso: ‘Estamos fazendo a regularização fundiária, estamos dando segurança à posse numa política de resposta a determinados tratados internacionais’. Mas na prática isso não é colocado. Exatamente porque não se quer dar segurança às moradias das comunidades carentes. Se você fornecer segurança, você tem dificuldade de remover.”

O governador Sérgio Cabral (PMDB) responsabilizou, além do excesso de chuva, as ocupações irregulares das encostas. Maria Lucia questiona as declarações.

“Ainda que nesse último evento no Rio de Janeiro a incidência de vítimas na classe média e classe alta seja muito maior que na anterior, eles estão aproveitando para culpar e continuar com a estratégia de remoção. Até por conta dos grandes eventos que estão para acontecer no Rio de Janeiro, eles estão acelerando esse processo de remoção.”

O órgão das Nações Unidas que atua na prevenção de desastres divulgou um comunicado no qual assegura que as mortes poderiam ter sido evitadas, caso existisse as áreas de risco fossem monitoradas e os moradores alertados.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br

Educação para erradicação da miséria

Especialistas afirmam que compromisso da presidenta Dilma Rousself só será concretizado com a redução das desigualdades e qualificação para a população pobre


Felipe Prestes

Sul 21



A erradicação da miséria é uma das metas da presidenta Dilma Rousseff, que já anunciou a criação de um PAC para cuidar desta missão. Para que todos os brasileiros tenham condições de viver com dignidade, especialistas apontam que o governo federal terá de dar atenção especial às desigualdades regionais. Os estudos mais recentes mostram que as zonas rurais das regiões Norte e Nordeste ainda são importantes bolsões de miséria. Mas a pobreza extrema é também um problema em todo o país, especialmente nas áreas periféricas das grandes cidades. Nestas localidades o desenvolvimento econômico já chegou, mas não incluiu a todos. É preciso apostar, principalmente, na qualificação destes excluídos, por meio da educação.

Os estudos mais recentes mostram que as regiões Norte e Nordeste ainda apresentam as maiores incidências de miserabilidade. Estados como Alagoas e Maranhão em 2008 apareciam ainda com mais de 30% de extremamente pobres segundo pesquisas de instituições como o IPEA e o Centro de Políticas Sociais da FGV. O estudo “Geografia da Pobreza”, da FGV, aponta que o Nordeste, em 2008, tinha 30,69% de miseráveis (cerca de 16 milhões de pessoas), e o Norte, 19,07% (pouco mais de três milhões de cidadãos), considerando a faixa de miséria ter renda domiciliar per capita abaixo de R$ 137.

Entretanto, em números absolutos, a região Sudeste é a segunda região com mais pobreza extrema. Os 9,68% de miseráveis no Sudeste significam quase oito milhões de pessoas. E as regiões Sul e Centro-Oeste também apresentam números significativos de extremamente pobres. O Sul tem cerca de dois milhões de miseráveis (7,29%), e o Centro-Oeste, 1,5 milhão de cidadãos (10,49%).

“Do ponto de vista da presença de pessoas pobres no total de sua população, o Norte e o Nordeste são as regiões com maiores bolsões. Por outro lado, é necessário considerar que mesmo as regiões ricas como São Paulo ainda tem um contingente absoluto de pobres considerável”, afirma Márcio Pochmann. Ex-diretora da Sudene e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social durante os oito anos de Governo Lula, a economista Tânia Bacelar chega a conclusão semelhante. “A pobreza no Brasil tem dois endereços: o Norte e o Nordeste, em especial na zona rural, e as grandes cidades em todo o país”.



Desigualdade histórica

Bacelar e Pochmann também concordam no diagnóstico para os altos índices de pobreza extrema nas regiões Norte e Nordeste. Segundo ambos, o olhar especial dado pelo Governo Lula a estas regiões não foi suficiente para colocá-las em igualdade com as demais, porque a desigualdade histórica era muito grande. “Na transição de um país rural para a sociedade urbana e industrial nós tivemos uma concentração das oportunidades econômicas nas regiões Sul e Sudeste do país. Nos anos setenta tivemos uma expansão da fronteira agrícola que permitiu ao Centro-Oeste ser o celeiro agroalimentar brasileiro. As regiões Norte e Nordeste convivem ainda com mazelas herdadas deste baixo dinamismo historicamente acumulado”, explica Pochmann.

“No século XX o Nordeste perdeu o trem do desenvolvimento industrial. Não houve investimentos em infraestrutura e em ciência e tecnologia”, afirma Tânia Bacelar. A economista diz que o presidente Lula “deu um empurrão” para a região ao realizar investimentos, como a construção de estradas, da ferrovia Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco. Além disso, a Petrobras passou a ter no Governo Lula atuação bem mais significativa no Nordeste. Bacelar explica ainda que as políticas sociais como o Bolsa-Família tiveram grande impacto nas regiões menos desenvolvidas do país.



Desenvolvimento regional e qualificação

Para o presidente do IPEA, Márcio Pochmann, após o avanço das políticas sociais de âmbito nacional, o país está diante de um ‘núcleo duro’ da pobreza, que precisa ser combatido com foco em políticas regionais em paralelo às políticas nacionais. “Estamos observando uma convergência entre expansão econômica e melhor repartição destes ganhos na sociedade. Mas para os próximos anos, a continuidade desta trajetória implica em maior sofisticação das políticas públicas, considerando que estaremos diante de um núcleo duro da pobreza extrema. É preciso ter em vista especificidades regionais, é difícil chegar a esta pobreza consolidada em determinados lugares”, afirma o presidente do IPEA Márcio Pochmann. Para o pesquisador, o compromisso político assumido por Dilma Rousseff só será concretizado se for feito um esforço comum entre o governo federal, os poderes executivos estaduais e municipais, e a sociedade civil.

Segundo o estudo “Geografia da Pobreza”, da FGV, em 2008, mais de 34% dos moradores de áreas rurais no país estavam abaixo da linha da miséria. Tânia Bacelar afirma que esta questão se aprofunda ainda mais nas regiões Norte e Nordeste. “Há um hiato em termos de padrão de vida, especialmente entre as zonas rural do Norte e do Nordeste e o resto do país. Na zona rural do Nordeste há, por exemplo, 33% de analfabetismo enquanto a média nacional é de 9%”. A doutora em economia aponta que há também em outras regiões do país localidades com menor dinâmica produtiva.

No Rio Grande do Sul, isto se aplica às metades Sul e Oeste do estado e, em especial, à Região Noroeste. O economista da FEE Adelar Fochezatto explica que os últimos dados que mostram índices de pobreza por município do estado se baseiam no censo de 2000. Entretanto, os dados do censo de 2010 já mostram que há um êxodo populacional nestas regiões, o que dá fortes indícios de que elas continuam sendo as regiões com maior índice de pobreza extrema.

Fochezatto ressalta, contudo, que o maior número de pessoas abaixo da linha da pobreza extrema está mesmo na Região Metropolitana de Porto Alegre. “A participação de famílias pobres no total de famílias dos municípios é maior na Região Noroeste. Mas o número é pequeno na Região Noroeste, porque são municípios pequenos. Se a gente for pensar onde estão os pobres em números absolutos, eles estão na Região Metropolitana”.

Fochezatto explica as diferenças entre a miséria da Grande Porto Alegre e a das regiões menos desenvolvidas do estado. “A gente pode falar de dois tipos de pobreza. A pobreza por insuficiência de desenvolvimento, lá daquela região (Noroeste), por exemplo. As pessoas são pobres porque não têm alternativa. Já a pobreza da Região Metropolitana é decorrente de exclusão do processo de desenvolvimento. O desenvolvimento não incorpora todo mundo. Muitos ficam excluídos. Boa parte destes excluídos sai, inclusive, das regiões de menor desenvolvimento”.

A explicação de Fochezatto, não é diferente do que diz Tânia Bacelar. “No meio urbano, geralmente você tem pessoas (abaixo da linha de pobreza extrema) que não têm qualificação para se inserir vida da cidade, que não tiveram oportunidade. Em regiões menos desenvolvidas, as pessoas até têm ocupação, mas a atividade econômica é muito frágil”, explica a ex-diretora da Sudene.

Para Fochezatto, as ações para combater a pobreza extrema precisam ser no sentido de levar o desenvolvimento para regiões de economia retraída. “Lá é preciso pensar em empreendedorismo. Criar e atrair empresas, fazer convênios para produção de merendas escolares no campo. Alternativas para promover o emprego”. Nas grandes cidades, segundo o economista, é preciso investir na qualificação da mão-de-obra e em criar frentes de trabalho, investindo, por exemplo, em obras públicas.

O investimento em educação é um dos pontos-chave para a redução da miséria segundo Adelar Fochezatto. Um estudo recente da FEE, em parceria com a Secretaria de Justiça e Desenvolvimento Social do estado, mostrou que a pobreza extrema aparece no Rio Grande do Sul em maior número entre os jovens de até 20 anos e em entre os que têm menores índices de escolaridade. “Fazer com que estes jovens se mantenham na escola e tenham ensino de qualidade é um dos grandes desafios”, aponta.



Como medir a pobreza

Uma das intenções da presidenta Dilma é criar uma linha oficial de miséria no país. O presidente do IPEA, Márcio Pochmann, foi um dos que sugeriu a criação do índice. “O critério é subjetivo. O que é miserabilidade? A gente (do IPEA) tem um critério, um quarto de salário mínimo per capita, outros têm outros valores”, explica.

Um dos índices é o dos Objetivos do Milênio das Nações Unidas, de um dólar per capita por dia – valor bem menor que os utilizados pelo IPEA e por outros institutos de pesquisa. Foi com base neste valor da ONU que o governo federal conseguiu retirar 28 milhões de pessoas da linha da miséria, o que não deixa de ser um grande feito. Pelo IPEA, os números são mais modestos. Entre 1995 e 2008, 13,1 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema, segundo o instituto.

Mas um índice oficial de pobreza não é para saber se quem divulga dados está mais ou menos correto, e sim para que o governo possa estabelecer políticas para uma faixa determinada de pessoas. “Há governos que têm uma linha oficial de pobreza, como é o caso dos Estados Unidos. Pode-se achar que está errado, mas é sobre estes que o governo vai tratar como prioridade. Do ponto de vista do governo, o que interessa é ter um horizonte para que estabeleça qual é o segmento sobre o qual vai atuar de maneira mais privilegiada e para ter condições de saber se esta interferência é exitosa”, explica Pochmann.

Uma questão a ser analisada é que os índices que são geralmente utilizados para medir pobreza se baseiam apenas na renda. Assim, se o Brasil erradicar a miséria isto não significa que não haverá mais brasileiros analfabetos, ou vivendo ao lado de esgoto a céu aberto, por exemplo. E os serviços públicos costumam demorar mais para chegar do que a renda. “Os programas de transferência são os programas geralmente de menor custo, porque é tão somente a transferência da renda. Agora, um programa de saúde, por exemplo, precisa do equipamento necessário para operar, pessoas qualificadas”, explica Pochmann.

Ainda assim, o pesquisador defende que os indicadores de renda são eficazes para que mostrar quem vive em situação de vulnerabilidade social. “O indicador de renda é o indicador mais fácil de você identificar onde estão os pobres e os mais pobres entre os pobres. É claro que a pobreza não é só uma questão de renda. Mas você observando, atuando sobre aqueles que menos recebem, certamente estará atuando sobre os que têm mais dificuldades de acesso a outros aspectos que podem definir a pobreza de maneira mais ampla”, diz o presidente do IPEA.

Tânia Bacelar acredita que o governo federal deve utilizar vários índices para considerar a pobreza e a miséria. Ela ressalta, por exemplo, que o programa Luz Para Todos foi, para muitas pessoas, mais importante que o Bolsa-Família. “Acho que podemos ampliar o conceito de pobreza. Concordo que a renda é o aspecto prioritário, já que ela é necessária até para que se possa comer. Só que a pobreza é muito mais do que a renda. O pobre pode morrer, por exemplo, de uma doença que já não mata quase ninguém”.

Fonte: http://www.brasildefato.com.br