quarta-feira, 22 de agosto de 2012

“Temos que retomar a luta”

Clodomir Morais, ex-assessor das Ligas Camponesas, critica estagnação da reforma agrária
“Na lei ou na marra”. Este era um dos principais lemas em coro pelos 1.500 trabalhadores e delegados das Ligas Camponesas do Brasil reunidos no Congresso Camponês, ocorrido em Belo Horizonte (MG), em novembro de 1961. O encontro contava com o apoio do então presidente João Goulart, e marcava um momento histórico na luta contra o latifúndio e pelos direitos dos trabalhadores camponeses no país. A origem das Ligas Camponesas remonta às antigas Ligas da década de 1930, originárias da ação do Partido Comunista do Brasil no campo. A refundação dessas organizações na década de 1950 alcançou diversos estados brasileiros. Embora não tão articuladas politicamente, suas ações se guiavam, em sua maioria, por um viés progressista. Essa refundação pode ser simbolizada, sobretudo, a partir de 1954, quando na cidade de Vitória de Santo Antão (PE), formava-se um dos embriões das Ligas Camponesas, a Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP). No engenho Galileia trabalhavam cerca de 140 famílias de camponeses em regime de foro: em troca de cultivar a terra, deviam pagar uma quantidade fixa em espécie ao proprietário da terra. Após uma desavença política entre as partes, os camponeses encontraram apoio em Francisco Julião. A associação se institucionalizou e passou a funcionar legalmente a partir de janeiro de 1955. Forças políticas de direita e a imprensa não demoraram em alcunhar a SAPPP de “liga”, fazendo relação aos movimentos da década de 1940. Em 1959, a SAPPP conseguiu a desapropriação do engenho. A vitória dos pernambucanos estimulou a luta pela reforma agrária em todo o país e já no início da década de 1960, as ligas se espalhavam por 13 estados brasileiros. Porém, com a instalação do regime militar em 1964, a reforma agrária não foi implementada, pois as principais lideranças das ligas foram presas e o movimento dissipou-se. Testemunha e ator de toda essa história é o baiano Clodomir dos Santos Morais, que foi assessor das Ligas Camponesas e teve contato com dirigentes como Francisco Julião, Adauto Freire, João Pedro e Elizabeth Teixeira. Clodomir também foi deputado estadual de Pernambuco eleito pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) em conjunto com a legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de 1955 a 1959. Dois anos preso, entre 1962/65, Clodomir chegou a dividir a cela com o educador Paulo Freire. Com os direitos políticos cassados por uma década, foi expulso do país, permanecendo exilado por mais 15 anos. Durante esse período, foi conselheiro regional da ONU para a América Latina em assuntos da reforma agrária e desenvolvimento rural. Dirigiu projetos de capacitação e organização em Honduras, México, Nicarágua e Portugal. Foi professor nas universidades de Rostock e Berlim, na Alemanha; e em Wisconsin, nos Estados Unidos. Possui duas dezenas de livros sobre a questão da terra. Seu acúmulo prático construído na ação dentro das Ligas Camponesas e sua consciência teórica, notadamente, contribuem, há anos, para que os movimentos camponeses contemporâneos organizem, de modo mais eficaz, a luta pela reforma agrária. As primeiras edições da sua cartilha Elementos de Teoria da Organização foram feitas Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por meio do Caderno de Formação nº 11. FONTE: http://www.brasildefato.com.br/node/10376

domingo, 19 de agosto de 2012

Correa afirma decisão de asilo soberania sobre Assange

O presidente do Equador, Rafael Correa , confirmou hoje que a decisão de conceder asilo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi tomada de forma soberana. "Depois de quase dois meses para analisar o governo, jurídica soberana decidiu conceder asilo", disse o chefe de Estado, em uma entrevista com a mídia em Loja (sul). Correa disse que Assange poderia ficar "indefinidamente" na embaixada equatoriana em Londres, onde está desde 19 de junho, porque o governo britânico se recusa a dar o passe. "O fator crucial para que foi concedido asilo diplomático ao Sr. Julian Assange não é garantida porque nunca a sua não-extradição para um terceiro país, para tentar atrapalhar as investigações da justiça sueca em um alegado delito", disse Correa . Seu governo nunca se recusou a investigar Assange por supostos crimes sexuais que lhe são atribuídos, na Suécia, "não há nenhuma garantia de que não vai extraditá-lo (...) nem mesmo acusado, recentemente, eles estão investigando", disse Correia. Ainda, segundo ele, o governo equatoriano deu as facilidades fiscais suecos para vir para a Embaixada em Londres, para interrogá-lo, mas as autoridades judiciais do país escandinavo recusou. Na quinta-feira, o Governo do Equador concedeu asilo a Assange, que é questionada por revelar telegramas diplomáticos de vários países, incluindo os Estados Unidos, onde poderia ser julgado por tribunais especiais e militares, e corre o risco de ser condenado à morte , disse o governador. Através WikiLeaks, o jornalista australiano e computador mostraram, entre outras coisas, violações da chamada guerra contra o terrorismo empreendida pelo governo dos EUA e seus aliados. O ataque aéreo em Bagdá 12 de julho de 2007, os jornais dos Logs Afeganistão guerra ea guerra do Iraque são algumas das revelações que expõem crimes estragados pelo Pentágono. Entre outras ameaças recebidas pelo australiano após a sua fuga, Sarah Palin, os EUA do Partido Republicano, pediu através de sua página no Facebook para a administração de Barack Obama para capturar Assange porque você deve ter a mesma urgência para prosseguir Al Qaeda e os líderes talibãs. FONTE:http://www.cubadebate.cu/